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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

SUICÍDIO (Parte 1)


Aos 14 anos eu pensei em suicídio pela primeira vez. Sim, dramaticamente nem sabia direito o que isso iria acarretar para mim, mas cheguei a tentar tirar a minha vida.
Sabemos que a adolescência é uma das piores fases a se enfrentar para a maioria dos jovens,  e para mim foi horrível. 
Sempre fui muito intensa, sentia demais as coisas, tudo para mim era sempre oito ou oitenta. Cresci em uma família onde nada me era permitido, mesmo uma menininha "direita", da igreja, não era o suficiente para meus pais pois a rigidez com que eu era criada era uma lei. Não podia conversar com as amigas após o término dos cultos, se eu ficasse um pouco conversando  minha mãe logo ameaçava dizendo: " Venha logo para casa ou seu pai vai lhe buscar com o cinto na mão " . Traumático?  Absurdo? Exagero? Tudo o que eu conseguia sentir era raiva, afinal o que tem de mais em conversar com as amigas? Não fazíamos nada de errado. Tudo isso foi juntando com outras situações absurdas que eu vivia, o fato de não ter uma família amorosa, paciente, atenciosa me matava. Eu via outras meninas da minha idade que eram amadas pelos pais, respeitadas,  cuidadas, enquanto  o que eles passavam para mim eram sentimentos negativos...
Sim, eu era Cristã, ouvia a palavra, sentia Jesus mas ainda não o conhecia de verdade.
Eu tinha muitos sonhos, amava cantar, amava escrever, compor músicas, sonhava em encontrar  alguém especial, me casar um dia, ter uma família,  mas tudo isso desmoronou. Eu sabia que se a minha situação não mudasse eu não seria feliz. Fui privada de muitas coisas também então, eu comecei a me sentir angustiada, queria tanto ter uma familia feliz e quando via a minha me batia um desespero.
Certo dia eu me tranquei no quarto, chorei muito, ouvi uma voz que me dizia: “você não tem valor. Ninguém te ama, acaba logo com isso.” Foi quando eu peguei uma toalha e enrolei no meu pescoço com bastante força...
(CONTINUA NO PROXIMO POST)

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